Aliás, por que as pessoas falam alto quando não há necessidade?
Ou melhor ainda: Por que as pessoas falam quando ninguém demonstra necessidade de ouvir?
Por mais que o metrô seja um pouco perturbador e nos dá a sensação de torpor (em mim dá), eu não me conformo com pessoas efusivas.
Gritar demais, rir demais, conversar demais, sorrir demais. Ainda mais quando tu nem conhece o outro.
Gritar demais, rir demais, conversar demais, sorrir demais. Ainda mais quando tu nem conhece o outro.
Enquanto eu me concentrava no meu biscoito, Jurema* insistia em conversar com o Marco*. Era uma hora da tarde, todo mundo cansado; ele sentado abraçanddo a pasta e ela de pé, na frente, segurando a barra, gesticulando com a mão livre enquanto falava.
Ele fazia uma cara tão enjoada que quase levantei pra enfiar o dedo nos olhos da Jurema. Não o fiz porque minha estação era a próxima e não valia o esforço.
Contava que a uma amiga dela morava ali.
"A Cida", ela continuou, depois de esperar uma resposta dele.
Pensei comigo mesma: "Pra que dizer o nome? EDAE que a sua amiga mora ali? Por que não cala a boca e deixa o cara em paz?"
É exatamente por isso, que eu não gosto de fazer coisas por educação, responder por educação e ouvir por educação. Falar sobre o tempo? Que ótimo!
Mas foda-se se sua amiga mora ali, não está no contexto.
Mas foda-se se sua amiga mora ali, não está no contexto.
*Os nomes foram trocados para preservar o identidade do personagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário