
Ao se aproximar de mim, seu perfume ficou ainda mais convidativo. Senti sua mão no meu ombro e estremeci, acontecia uma luta dentro de mim. Te abracei pra ganhar tempo e apertei seu corpo para mais perto de mim. Foi como um adeus. Respirei e me afastei, e você sentiu aquilo como um convite, e sorriu pra mim se aproximando novamente. Sacudi levemente a cabeça quando num movimento rápido você puxou meu rosto para o seu. No instante seguinte, minha mão ardia e pude ver meus dedos marcados na sua face esquerda. Meu peito arfava de medo da sua reação, já que se você devolvesse o tapa meu pescoço podia quebrar. Mas você recuou um passo, atordoado; e, antes de destrancar a porta, virou-se e me olhou fundo nos olhos dizendo: “me perdoa”. Sua voz falhou e eu senti meu rosto queimar. Quando já não podia ouvir seus passos, me deixei cair. Você não conseguiria mais nenhum beijo meu. Era meu dever dar-lhe aquilo que você precisava, não mais o que você queria, por mais que aquilo me doesse. E como doeu.
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