quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

o mundo que você me deu.


Tentativas vãs de descrever o que me calou.
Me roubou palavras, e chão, e ar..me roubou de mim.
E a dor some no vazio que o seu beijo preencheu.
Da flor somem os espinhos.. É assim o mundo que você me deu.
Não há sensação melhor, não há. Sinto estar perdida e salva.
Tentativas vãs de libertar o sentido maior que as palavras prenderam quando eu disse: amo você.
Em lugar de mil palavras deixa o instinto se exercer, deixa o íntimo silêncio percorrer só. Apesar de ser tão claro eu não consigo entender.. E apesar de ser tão imenso cabe em mim o mundo que você me deu.

não dá.


e então eu vi, esses seus profundos olhos verdes olhando diretamente pra mim.
e então eu descobri, que sem você não dá.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

assista em silêncio


Felicidade é um fim de tarde olhando o mar.
É pensar na vida, ouvir a maresia que insiste em bagunçar seus cabelos.
É sentir uma tempestade a caminho no fim na tarde e não temê-la.
É poder viver sem o tempo nos pulsos, sem planos, sem dor.

obrigada


Na verdade, foi bem estranho. Pegar na mão de um desconhecido e deixá-lo guiar seus passos é um tanto inconsequente, mas não sei porque meu sexto sentido nunca falha.
E outra, eu não estava sozinha, era só gritar.
Sua roupa se destacava timidamente dos outros meninos; mas isso eu só notei depois. O que me fez pôr os olhos em você foi a sua gentileza. Sua primeira gentileza em plena segunda-feira. Maldita palavra, essa. Me morde de curiosidade e me faz querer descobrir se é interesse ou apenas educação.
Prefiro pensar que foi educação. Eu não quero que você se envolva comigo. Não vou mentir e dizer que isso não infla meu ego, que não é bom sentir o olhar de um cara tão lindo quanto você pousados em mim. Logo em mim, offline e do lado de uma menina linda. Por que você olhou bem pra mim? Por que logo eu, por que logo você?
Engraçado mesmo foi que eu só reparei praticamente no final do almoço, quando já nos ofereciam sorvetes e tortas.
Depois disso.. ah, é claro, meu cérebro martelava quando cada vez que um menino se aproximava de mim, seus olhos me queimavam e seu copo virava.
Eu só queria terminar o meu sorvete e pedir água.
Contabilizei, feliz e culpada, pelo menos quatro gentilezas suas.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

águas de março

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba no campo, é o nó da madeira
Caingá, Candeia, é o matita-pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, Festa da Cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo pingando, é uma ponta, é um ponto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manha, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

going under


Quando alguém está se afogando é momento de socorrê-la e não de ensiná-la a nadar

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mona Lisa


que segredos se escondem por trás desse sorriso, Da Vinci?