segunda-feira, 29 de novembro de 2010

+


sério.


Consegui estragar todos os meus relacionamentos porque gostei demais das pessoas. Dessa vez quero acertar, por isso combinei comigo que, apesar de estar morrendo por você, não gosto de você.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

o sorriso mais lindo do mundo.


Tive que apertar o passo. Já estava quase chegando. Escondi o livro embaixo do casaco, coloquei o capuz e cerrei os olhos tentando vencer as grossas gotas que insistiam em atingir meu rosto. Eu devia estar bizarra. Correr sem os braços pra se equilibrar devia ser visualmente uma bizarrice.
Estava na esquina de casa quando tropecei e caí. Por sorte ou instinto, livrei meu rosto de um corte e coloquei as mãos na frente. Asfalto arde. Antes que eu pudesse pensar num grande palavrão para aquela cena, fui surpreendida por um par de olhos caramelos fixos e pertíssimos dos meus. Você estava agachado e segurava meu livro com uma mão e me estendia a outra. Sua aparição e gentileza inesperadas me paralisaram. Agora sim, eu parecia mesmo bizarra. Por um instante, achei que reprimia um riso pela minha falta de coordenação e meu tombo. Enganei-me. Ao perceber meu choque, você afastou minha franja molhada do rosto.


Foi a primeira vez que eu vi seu sorriso.


Foi contagiante a ponto de me fazer esquecer do pior tombo da minha vida. Segurei sua mão ainda estendida e, mesmo sussurrando, sua voz foi como música aos meus ouvidos. “Cadarço desamarrado”. Olhei pra baixo e meu cadarço sujo e traidor parecia zombar de mim. Mordi os lábios e abaixei os olhos, realmente envergonhada por ser vítima de algo tão infantil. Você levantou meu queixo e, com um sorriso tão grande e lindo que apertava seus olhos, você disse “Relaxa, prometo que não conto pra ninguém”.

espelhar-se

Antes eu achava que não, mas hoje eu vejo o quanto somos parecidas.
Fisicamente também, mas principalmente na personalidade.
Nossa voz é inconfundível mas nada se compara com nosso gênio difícil e nossa determinação.
Tive que crescer muito pra concordar com aqueles muitos que viam semelhanças entre nós. Fui equivocada grande parte da minha vida, nosso relacionamento sempre foi extremista e só hoje, mais mulher e menos criança, vejo o quanto sou você. Das coisas mais bobas, desde uma blusa que você comprou que eu achei linda até nosso jeito de planejar a vida.
Não, não que eu tenha a pretensão de que nosso relacionamento comece a ser como nas novelas e que sejamos melhores amigas. Mas acho que as coisas podem melhorar, sabe. Tenho grandes esperanças para o ano que vem, sei que as coisas vão mudar e vou precisar de você mais do que nunca.
Nossas brigas, causadas por minhas vontades indevidas ou fora de hora ao seu ver, só foram resolvidas por mérito meu, que por sorte herdei minha paciência e passividade do meu pai.
Sei que sempre fui péssima com sentimentos e disse isso pouquíssimas vezes pra você - Natal, Aniversário e olhe lá! Mas se um dia você tiver oportunidade de ler aqui, saiba de uma coisa:
Eu te amo e te amei desde o zero, mesmo nas brigas, nas discussões que me fez chorar, nos nãos, nos piores momentos em que você me fez pensar que eu era a causa dos seus problemas.. Enfim. Amor que não se mede, amor que não se pede, que não se repete.
Posso até causar alguns problemas, sim, mas pode ter certeza de uma coisa, mãe: ainda vou te dar muito orgulho.

como um adeus.

Foi só quando a chave girou que eu percebi tudo. Aquela cena se repetia. Porém, não, dessa vez eu não me renderia.
Ao se aproximar de mim, seu perfume ficou ainda mais convidativo. Senti sua mão no meu ombro e estremeci, acontecia uma luta dentro de mim. Te abracei pra ganhar tempo e apertei seu corpo para mais perto de mim. Foi como um adeus. Respirei e me afastei, e você sentiu aquilo como um convite, e sorriu pra mim se aproximando novamente. Sacudi levemente a cabeça quando num movimento rápido você puxou meu rosto para o seu. No instante seguinte, minha mão ardia e pude ver meus dedos marcados na sua face esquerda. Meu peito arfava de medo da sua reação, já que se você devolvesse o tapa meu pescoço podia quebrar. Mas você recuou um passo, atordoado; e, antes de destrancar a porta, virou-se e me olhou fundo nos olhos dizendo: “me perdoa”. Sua voz falhou e eu senti meu rosto queimar. Quando já não podia ouvir seus passos, me deixei cair. Você não conseguiria mais nenhum beijo meu. Era meu dever dar-lhe aquilo que você precisava, não mais o que você queria, por mais que aquilo me doesse. E como doeu.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

pra nunca mais..

quero um lápis de cor
pra pintar toda a dor
colorir meu viver.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

lax


"This is so useless", he told me. And I knew by there, the particular thing I had inside was ambiguous. And useless.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

pássaro frenético


Ele se pôs de pé. Seu coração saltando contra as costelas como um pássaro frenético. Talvez ele soubesse que lhe restava muito pouco tempo, talvez estivesse decidido a completar os batimentos de uma vida antes de seu fim.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

reinava fundo silêncio.


Era uma linda e calmosa tarde de outubro. O sol não era ainda posto e parecia boiar no horizonte suspenso sobre rolos de espuma de cores cambiantes orlados de fêveras de ouro. Corria um belo tempo; a vegetação reanimada por moderadas chuvas ostentava-se fresca, viçosa e luxuriante; a água do rio ainda não turvada pelas grandes enchentes, rolando com majestosa lentidão, refletia em toda a pureza os esplêndidos coloridos do horizonte, e o nítido verdor das selvosas ribanceiras. As aves, dando repouso às asas fatigadas do contínuo voejar pelos pomares, prados e balseados vizinhos, começavam a preludiar seus cantos vespertinos. O clarão do sol poente por tal sorte abraseava as vidraças do edifício, que esse parecia estar sendo devorado pelas chamas de um incêndio interior.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Neutron Star Collision


Agora eu não tenho nada a perder
Não tenha pressa pra escolher
Eu posso te dizer agora, sem um rastro de medo
Que meu amor será para sempre.