segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

kiss me


Beije-me
Ao lado da casinha na árvore quebrada
Balance-me alto no seu pneu pendurado
Traga seu chapéu florido
Nós tomaremos o caminho marcado no mapa do seu pai

Beije-me, sob o crepúsculo leitoso
Leve-me para fora, no chão enluarado
Levante sua mão aberta
Bata na fita e faça os vagalumes dançarem,
Lua prateada está cintilante
Então. me beije.

tudo pra ela, por ela.


Decisão tomada, ele busca o telefone e disca. Eles se encontram de tarde, o sol ainda ardendo, ela de óculos de sol e Havaianas. Ele de regata branca e um sorriso jovem. Nos corredores, pôs no carrinho o que achou melhor. Pouca coisa, ele já tinha se aventurado comprando alguns itens. Ela não entende muita coisa. Mas é italiano, dois tipos de massa, tudo o que ela adora.
Ela procura nas gavetas o livro de receitas. Nesta não, na de baixo. Enquanto ele mexe o molho, ela se oferece a ajudar. Prende o cabelo no alto. Ele olha o resultado e sente-se mais apaixonado. Ela fica linda de cabelo preso. Mas não precisa ajudar, não precisa. É tudo pra ela, por ela. Mas o tempero, não faça-me errar, pode colocar como quiser. Até pimenta malagueta, se isso te faz feliz. Ele faz a mesa, na sala, pega as taças e o melhor vinho. Falta alguma coisa. Os dois.Ele tira o avental dela, o que fez seu rosto perfeito corar.Ele puxa a cadeira para ela se sentar, volta a cozinha, pega uma vela alta a apaga todas as luzes.Na meia luz, os olhos dela brilham. Ele beija sua testa e diz três palavras. As mãos entrelaçadas.

Foi o melhor jantar da vida dela.
Foi o melhor jantar da vida dele.

Céu na Terra


E então você abre os olhos. Mesmo na penumbra, é claro aquele sorriso contagiante, aqueles olhos pequenos e claros que sorriem também. E não tem como. Você esquece tudo, age por instinto, por felicidade, por vontade.
Te pega pela mão, te levanta da cama e te abraça. Abraça inúmeras vezes, beija seus olhos, orelhas, pescoço, ombro..

É o céu na terra.

keep me in you memory


"E quando você se sentir vazia
Me mantenha em sua memória,
Deixe fora todo o resto, deixe fora todo o resto."


Linkin Park- Leave Out All The Rest


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

do que eu preciso

Nada melhor do que sair da rotina. Experimentar um novo sabor de sorvete, colocar aquele vestido maravilhoso que ficou encostado por vários verões por falta de coragem de vesti-lo, trocar o ônibus por uma caminhada.
Receber flores num dia normal, um beijo na mão sem motivos, um abraço por um lampejo de tristeza.
É bom ter alguém que lê teus mais profundos sentimentos, escondidos numa expressão, num palavra, num silêncio.
É bom sentir que alguém se importa se você tem fome no meio da madrugada e que comenta que sua boca se desenha numa linha perfeita enquanto você dorme.
Que pessoa deixa de dormir só pra te ver dormir? Que pessoa morde seu ombro e beija sua testa depois de um banho frio?
Posso falar da tarde em que decidi andar além da orla da praia só pra ver se você iria. Daquele humilde mirante com a brisa embaraçando meu cabelo mal arrumado e sua regata branca.
Ser surpreendido, fazer surpresa. Passar numa butique diferente ou ir à ala de livros de faculdade.
Espirrar Coca-Cola na camisa limpa e esperar uma bronca que não virá.

Como você sabe a direção que o vento sopra?

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cadê o assassino?


E eu preciso matá-lo,

Antes que ele me mate primeiro.

night, night, fear.


Nunca entendi a frase “a noite é uma criança”. Pra mim, a noite é uma pessoa traiçoeira e inconsequente.
É nela que, por exemplo, bandidos tem maior habilidade e chance de fazer um grande roubo, assalto e coisa e tal. É nela que pessoas doentes se embriagam com seus remédios para tentar dormir sem dor. Crianças pedem arrego dos pais por medo do armário ou do vazio embaixo da cama.
Na noite, jovens arriscam sua vida nas mais diversas atividades, pessoas morrem nos hospitais.
Noites, que casais fazem juras de amor eterno olhando para as estrelas, sem imaginar que um dia, fatalmente, outra noite como essa desfará cada palavra prometida.
Há gente deitado pensando na vida. Sem um pingo de vontade de dormir, resolvendo um quebra-cabeça verde afim de pagar suas contas, ensaiando desculpas, chorando pelo erro, corroendo dentro de si segredos nem mesmo revelados ao melhor amigo. Feridas que passamos dias e dias tentando cura-las, a noite insiste em abri-las e faze-las mais dolorosas ainda.

Madrugada, que adulto astuto e cruel que és.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

SHUT IT

Por que as pessoas falam alto?
Aliás, por que as pessoas falam alto quando não há necessidade?
Ou melhor ainda: Por que as pessoas falam quando ninguém demonstra necessidade de ouvir?

Por mais que o metrô seja um pouco perturbador e nos dá a sensação de torpor (em mim dá), eu não me conformo com pessoas efusivas.
Gritar demais, rir demais, conversar demais, sorrir demais. Ainda mais quando tu nem conhece o outro.

Enquanto eu me concentrava no meu biscoito, Jurema* insistia em conversar com o Marco*. Era uma hora da tarde, todo mundo cansado; ele sentado abraçanddo a pasta e ela de pé, na frente, segurando a barra, gesticulando com a mão livre enquanto falava.
Ele fazia uma cara tão enjoada que quase levantei pra enfiar o dedo nos olhos da Jurema. Não o fiz porque minha estação era a próxima e não valia o esforço.
Contava que a uma amiga dela morava ali.
"A Cida", ela continuou, depois de esperar uma resposta dele.
Pensei comigo mesma: "Pra que dizer o nome? EDAE que a sua amiga mora ali? Por que não cala a boca e deixa o cara em paz?"
É exatamente por isso, que eu não gosto de fazer coisas por educação, responder por educação e ouvir por educação. Falar sobre o tempo? Que ótimo!
Mas foda-se se sua amiga mora ali, não está no contexto.
*Os nomes foram trocados para preservar o identidade do personagem.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Nunca


O que significa amar verdadeiramente outra pessoa?
Havia um tempo na minha vida em que eu pensava que realmente sabia a resposta: significava que eu me importava com Savannah mais profundamente do que eu me importava comigo mesmo e que nós iríamos passar o resto das nossas vidas juntos. Não teria sido preciso muito. Uma vez ela me contou que a chave para a felicidade era sonhos alcançáveis, e que os dela não eram nada fora do comum. Casamento, família.. o básico. Significava que eu teria um emprego fixo, a casa com a cerca branca, e uma minivan ou um SUV grande o bastante para levar nossas crianças à escola, ou ao dentista, ou ao treino de futebol ou aos recitais de piano. Duas ou três crianças, ela nunca foi clara quanto à isso, mas o meu palpite é que quando o tempo viesse, ela teria sugerido que nós deixássemos a natureza seguir seu curso e deixar que Deus tomasse a decisão. Mas não importa o que estivesse acontecendo nas nossas vidas, eu podia me imaginar deitado ao lado dela na cama no fim do dia, abraçando-a enquanto nós conversávamos e ríamos, perdidos nos braços um do outro.
Não soa tão irreal, certo? Quando duas pessoas se amam? Isso era o que eu pensava também. E enquanto uma parte de mim ainda quer acreditar que é possível, eu sei que não vai acontecer. Quando eu for embora de novo, eu nunca vou voltar.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Atrás da independência.


Coloquei a pasta na bolsa e fui.

Não sei, me deu cinco minutos e eu decidi. E foi tão bom! Mesmo com a chuva que só estava me esperando, cada gota que caía no meu rosto e fazia minha blusa ficar transparente, eu estava feliz. Os caras buzinhavam e piscavam os faróis de seus carros em minha direção, e eu sorria. Sorria sem ao menos olhar pra onde eu estava indo, seguindo o fluxo da direção, sorria ao pensar que eu tinha tomado uma iniciativa tão bonita..


Sorria por estar ali, e não precisar de ninguém pra isso. A não ser de mim mesma.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Presidenta Dilma? RÁ!


Não fiz faculdade de Letras, porém isso não me impede de dar minha opinião. Esse é o meu blog e eu falo o que eu quiser. Eu tenho a qualidade e o defeito de sempre corrigir os erros falados e escritos das pessoas e sempre mandei bem na escola quando o assunto era a Língua Portuguesa.

Presidenta?
Presidenta?
Pesquisei em mais de dez sites, e agora me convenci de que Presidenta pode ser usado.
Mas que é ridículo, é.
A revista VEJA criticou. O Fantástico defendeu dizendo que não há regras para não usar a forma 'afeminada'. Esse jeito de falar foi inspirado da Presidente da Argentina e, segundo o ex-presidente Lula, foi uma forma de dar ênfase à candidatura de Dilma. "Durante a campanha, o PT usou a palavra presidenta como estratégia para reforçar Dilma como a primeira mulher na Presidência. O termo feminino foi uma forma de apresentar um diferencial à candidata, que no primeiro turno teve uma mulher como oponente, Marina Silva (PV)."
Eu achei tão ridículo desde a primeira vez que ouvi que briguei com meu pai e namorado. É a mesma coisa que alguém chegar no Bradesco e pedir pra falar com a Gerenta, que dizer que a Julia é minha Parenta e a de chapéu azul é a minha Chefa.
Tá, em alguns dicionários essas palavras já ganharam espaço, mas eu não me conformo em falar desse jeito.
O problema deixa, portanto, de ser uma dúvida simplista de certo ou errado, e passa a ser uma questão de preferência ou de padronização. No Brasil, é fácil constatar a preferência pela forma comum aos dois gêneros: a parente, a chefe e a presidente. É bom lembrar que a acadêmica Nélida Piñon, quando eleita, sempre se apresentou como a primeira PRESIDENTE da Academia Brasileira de Letras. Patrícia Amorim, desde sua eleição, sempre foi tratada como a presidente do Flamengo.
Autor dos livros Português Prático e Guia Prático da Nova Ortografia, o professor Paulo Flávio Ledur avalia que seria importante ouvir a opinião de Dilma sobre a questão. Para ele, a forma presidenta é a mais adequada:
— A mulher está assumindo posições novas na sociedade. Embora se aceite a forma feminina em professora, doutora, juíza, e em outras não, eu defendo uma forma única. É claro que num primeiro momento, nós estranhamos porque é novo, mas é uma questão de hábito. A língua se faz pelo uso. Na medida em que o uso se consagra, a estranheza desaparece.

Então quer dizer que chamar Dilma de Presidenta é uma forma menos radical de queimarmos o sutiã?
Af. "Grandes merda", Dilma Rousseff.