sexta-feira, 26 de novembro de 2010

como um adeus.

Foi só quando a chave girou que eu percebi tudo. Aquela cena se repetia. Porém, não, dessa vez eu não me renderia.
Ao se aproximar de mim, seu perfume ficou ainda mais convidativo. Senti sua mão no meu ombro e estremeci, acontecia uma luta dentro de mim. Te abracei pra ganhar tempo e apertei seu corpo para mais perto de mim. Foi como um adeus. Respirei e me afastei, e você sentiu aquilo como um convite, e sorriu pra mim se aproximando novamente. Sacudi levemente a cabeça quando num movimento rápido você puxou meu rosto para o seu. No instante seguinte, minha mão ardia e pude ver meus dedos marcados na sua face esquerda. Meu peito arfava de medo da sua reação, já que se você devolvesse o tapa meu pescoço podia quebrar. Mas você recuou um passo, atordoado; e, antes de destrancar a porta, virou-se e me olhou fundo nos olhos dizendo: “me perdoa”. Sua voz falhou e eu senti meu rosto queimar. Quando já não podia ouvir seus passos, me deixei cair. Você não conseguiria mais nenhum beijo meu. Era meu dever dar-lhe aquilo que você precisava, não mais o que você queria, por mais que aquilo me doesse. E como doeu.

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