quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

night, night, fear.


Nunca entendi a frase “a noite é uma criança”. Pra mim, a noite é uma pessoa traiçoeira e inconsequente.
É nela que, por exemplo, bandidos tem maior habilidade e chance de fazer um grande roubo, assalto e coisa e tal. É nela que pessoas doentes se embriagam com seus remédios para tentar dormir sem dor. Crianças pedem arrego dos pais por medo do armário ou do vazio embaixo da cama.
Na noite, jovens arriscam sua vida nas mais diversas atividades, pessoas morrem nos hospitais.
Noites, que casais fazem juras de amor eterno olhando para as estrelas, sem imaginar que um dia, fatalmente, outra noite como essa desfará cada palavra prometida.
Há gente deitado pensando na vida. Sem um pingo de vontade de dormir, resolvendo um quebra-cabeça verde afim de pagar suas contas, ensaiando desculpas, chorando pelo erro, corroendo dentro de si segredos nem mesmo revelados ao melhor amigo. Feridas que passamos dias e dias tentando cura-las, a noite insiste em abri-las e faze-las mais dolorosas ainda.

Madrugada, que adulto astuto e cruel que és.

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