segunda-feira, 9 de agosto de 2010

peguei um trem e um metrô


Acordei cedo. Comecei mal. Logo de cara, entraram dois meninos com bolsa nas costas falando "Freegells! Freegells!" super rápido e indo de uma ponta à outra com uma caixinha na mão. Na primeira estação, eles saíram na correria e ainda pude ouvir essas palavras: "Caralho, um puta vagão cheio desses e eu não vendi merda nenhuma!". Repeti as palavras pra minha mãe e desatamos a rir da desgraça alheia. Ele queria todo mundo procurando um real pra chupar bala as nove da manhã? Hm.
A loira da cadeira da frente falava que o marido era um corno e a amiga ria como se aquilo fosse muito mais engraçado do que constrangedor. Depende do ângulo. Eu tive certeza que o vagão todo acompanhava a história e se perguntava o mesmo que eu "O que é que essa imbecil tem na cabeça pra chamar o próprio esposo de corno em voz alta?".
Apesar de ser melhor e muito mais rápido, no metrô eu passei tempo suficiente pra confirmar o quanto esse mundo é.. estranho. Todo mundo é.
Entrei no vagão e pá! Levei uma tossida no cabelo que minha franja até mudou de lado. Tossi alto(forçadamente) com a mão na frente pro otário ver como se faz. Minha mãe riu.
Tinha um casal encostado na porta que não parava de se agarrar, e uma guardinha de boina falava no celular tão alto que eu fiquei encarando com a maior cara de cú só pra ela se tocar. Não, ela não se tocou, que novidade!
Acho que pensavam de mim coisas do tipo "Que cabelo mais fuá!" ou "Nariz estranho, olhos grandes demais, tá se achando".
Pelo menos foi um dia só, e nunca mais verei essas pessoas novamente. Sem preconceito, é claro, trem e metrô é uma ótima opção, mas tem gente..

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