quarta-feira, 1 de setembro de 2010

duas opções


Guardei a carteira e desci as escadas imaginando que horas seriam, e a bronca que eu levaria por ter que pedir pra ela vim me buscar tão tarde da noite. Três e vinte. Era mais seguro esperar o primeiro ônibus do que fazer uma ligação numa hora dessas pra casa.
Procurei meu celular na bolsa e, antes da primeira discagem, uma mão pousou no meu ombro. No primeiro momento eu senti aquela mão arder em mim. Não era possível. Eu precisava evitar. Me virei e era mesmo quem eu imaginei que fosse. Respondi o sorriso. Senti um par de olhos que vinham lá no mezanino fuzilarem minhas costas.
Eu sei que ele tambem sentiu, mas de qualquer forma aquilo não foi o suficiente, pelo menos naquele momento, pra faze-lo desistir de algo que eu sabia que aconteceria. Mas eu queria evitar.
Pelas mãos, fui levada até o stand de fora. Me comportei como uma fugitiva da prisão, andando com o maior cuidado do mundo como se o barulho dos meus passos pudessem me entregar.
Mas não havia nada de errado ali. Eu estava completamente segura.

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