sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Maria-Homem, eu?


Já te chamaram assim?
A mim, já.
Falaram isso porque não ligo de falar sobre coisas que fazem a maioria das garotas querer enfiar a cara do chão. Se tiver no assunto, eu falo de coisas nojentas, sim. Só me sento corretamente quando tem alguém importante por perto ou estou numa festa com mais de 30% de desconhecidos. Caso contrário, lá estou eu, de perna aberta, batucando, com o cabelo preso displicentemente e fazendo caretas pra cada um que se diz incomodado com o meu som.
Vaidade não se discute, afinal eu nem consigo sair de casa sem pelo menos um rímel. Mas existe um abismo entre vaidade e frescura. Não sou frescurenta. Ter nojo de insetos voadores que entram pela janela da sala de aula não me faz querer esmaga-los com o dedo, e menos ainda me faz gritar igual alok e sair dali correndo como uma Maria-Tonta.
Quando falaram ‘A Michely é diferente das mina, ao mesmo tempo que ela é meiga, ela é Maria-Homem’
“MARIA HOMEM, BICHO?”, me deu vontade de responder, mas eu só sorri. Não foi uma crítica, foi elogio. Gosto quando reparam no meu comportamento e percebem que eu sou natural na maior parte do tempo (maior parte do tempo é sem alguém importante por perto ou numa festa com mais de 30% desconhecidos). Por essas e outras, a maior parte das minhas amizades acontece com garotos.
No final das contas, a gente tem que ser quem a gente realmente é, não tem que fazer pose pra agradar ninguém nem ter vergonha de falar sobre coisas normais (normais, sim, todo mundo peida e faz limpeza no salão- não em público, ok). Algumas pessoas se fazem personagens, bonecas de porcelana, mas é só pra fazer tipo. O segredo é ter educação. Mas com os amigos, tudo vale.
“Maria-homem? Bem que você disse que eu era a garota mais bem vestida da turma, né?” ;)
Antes ser Maria-Homem e ser gente fina, do que Maria-Tonta e tediante. Vai por mim.

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