segunda-feira, 12 de julho de 2010

um ponto, não. uma vírgula.


Fiz e refiz essa postagem várias vezes, mas não é à toa que a palavra SAUDADE não tem uma definição exata.
É só correr rumo à tradução pra língua inglesa.
O 'google tradutor' vai dizer que saudade se traduz por MISSING.
Até aí, beleza. Mas ao fazer o contrário, eu vi que MISSING passou para português como PERDIDO.

Não é sempre que algo perdido me dá saudade, e nem que o objeto ou pessoa que me dá saudade está perdido.

Quando a saudade não cabe no peito, transborda nos olhos. Sentir a saudade prova que valeu a pena, que trouxe felicidade e que tudo poderia durar pra sempre. E durará, dentro da memória. Nela está o cheiro da garagem do meu pai, que me dava vontade de ficar lá o dia todo de tão excêntrico que era. Está também a minha inocência, que por muitas vezes me faz falta. Está a ansiedade ao esperar a bateria do meu carrinho de controle remoto ficar cheia pra eu atropelar as revistas espalhadas no chão da sala. Saudade daquela prancha de isopor que arrancou um sorriso do rosto do meu pai quando consegui chegar até a beira do mar depois de pegar minha primeira super onda sem escorregar..

Ah, eu tenho muita coisa dentro da memória. Não há como odiar a saudade. Felicidade existe, é irmã dessa saudade.

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